segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Grupo Gestor do Galpão da Agricultura Familiar se reune

Reunião do Grupo Gestor do Galpão da Agricultura Familiar do Território da Cidadania de Sobral.

Local: Secretaria de Agricultura de Sobral
Data: 04 de Fevereiro de 2010

Pauta de reunião

1. Explanação do Planejamento 2010 da Base de serviço e comercialização;
2. Resgate histórico e avaliação do funcionamento do Galpão da Agricultura Familiar;
3. Propostas e encaminhamentos.

Relatório de Reunião

A reunião inicia-se com uma breve explanação a cerca do planejamento da BSC, pois um dos pontos do planejamento trata-se da revitalização do Galpão da Agricultura Familiar (GAF). Esta explanação serve de convite para dar-se inicio a discussão, pois dentro dos prazos colocados dentro do planejamento a reunião com o núcleo gestor bem como a mobilização dos produtores estavam previstas para o mês de fevereiro, sendo que sua reabertura foi colocada para os meses de maio/junho proposta esta discordada pelo núcleo gestor que entendeu que existe um lapso de tempo longo entre as reuniões a mobilização dos produtores e sua possível reabertura.
No momento de resgate histórico de funcionamento do GAF foi colocado que esta funcionou durante três meses, a feira tinha como principal agente mobilizador para a garantia da participação dos agricultores no seu espaço a secretaria de agricultura do município de Sobral que utilizava como umas das formas de mobilização dos mesmos o pagamento direto do transporte dos agricultores para a Feira, o que contribuiu para inviabilizar a sua sustentabilidade a longo prazo, pois os produtores (as) que participaram da feira não manifestaram o sentimento de detentores do GAF, pois segundo o relato dos participantes da reunião em particular ligados a Secretaria de Agricultura, este processo de mobilização não foi aliado a um processo paralelo de conscientização dos produtores quanto a estes se tornarem os gestores do espaço de comercialização, a se organizarem para a conquista direta de sua autonomia, mesmo com a participação das organizações ligadas aos trabalhadores rurais como o STTR de Sobral e a FETRAECE a gestão do GAF mostrou-se fragilizada em virtude da dificuldade de gestão do espaço. No relato dos participantes foi colocado que o GAF apesar de ser um instrumento de comercialização da agricultura familiar do território de Sobral, este funcionou apenas com produtores de Sobral, oriundos dos distritos de Jordão, Jaibaras e Recreio e dentre outras oportunidades estiveram presentes tambem assentados da região de Aracatiaçú e Caracará particularmente do assetamento Casinhas, os participantes relataram que a experiência de vendas do GAF apesar da discussão controversa de sua localização este funcionou na medida para o qual fora planejado, os presentes relataram que apesar de estar localizado no bairro Domingos Olimpio, nos arredores do mais conhecido bairro Junco distante do centro comercial de Sobral, os produtores conseguiam vender todos os produtos antes do encerramento do turno da manhã o que mostra o grande potencial desta feira que estava caracterizando-se e se consolidando como uma feira de bairro permitindo aos moradores do local terem a comodidade de acesso a produtos como frutas, verduras, legumes e etc. mais próximos de suas residências.
O Galpão foi fechado em virtude de ter tido o seu espaço destinado as vítimas das enchentes dos Bairros de Sobral historicamente atingidos pelas cheias do rio acaraú, o que gerou de certa forma até o próprio desinteresse de algumas organizações em participar da discussão sobre a reabertura do GAF em virtude do núcleo gestor na época não ter sido consultado sobre a utilização deste espaço para este fim, até mesmo por conta de algumas depredações causadas por algumas pessoas que utilizaram do espaço, o que até mesmo exige uma pequena reforma antes de sua reabertura.
A Secretaria de Agricultura colocou que não se possui nenhum registro do que foi comercializado no galpão bem como os índices de desempenho dos produtores, sendo que o que foi comercializado pelos produtores não foi o suficiente para pagar os custos do Galpão o que contribuiu para a sua insustentabilidade a longo prazo.
Nas palavras do representante da Secretaria de Agricultura de Sobral, este colocou que o Galpão não foi construído a partir de uma necessidade das bases, bem como ocorreu com outros espaços de comercialização, como a feira de confecção que ocorria na antiga praça da Meruoca atual Praça de Cuba, da qual fora destinada o espaço do mercado público para que estes pudessem comercializar os seus produtos. Esta colocação foi no sentido de apreciar o GAF como a formulação de um problema mediante a busca de sua solução, ou seja, o Galpão não surgiu diretamente da necessidade das bases em dispor de um espaço de comercialização e sim como algo pensado sem a ampla pesquisa de opinião dos agricultores, o que contribuiu, somado a fatores relatados anteriormente, ao seu declínio, pois a estrutura de um público interessado em assumir o espaço não existia.
Foi levantado pelos participantes que se faz necessário aprofundar o conhecimento da proposta original, ou seja, apropriar-se dos registros de funcionamento do galpão, bem como formular uma proposta conjunta com os agricultores de gestão do espaço bem como criar um fundo de reserva que possibilite o transporte dos agricultores para o espaço.
O consenso da discussão foi que quando iniciativas de promoção de Feiras nascem de uma necessidade comum de agricultores que estejam interessados em participar de toda a cadeia produtiva de sua produção quando esta funciona de cima para baixo a tendência é que as fragilidades aflorem com o decorrer do tempo.
Na discussão como medida prática de encaminhar as propostas para uma reunião conjunta com os produtores, foi colocado na reunião a proposta de reunir apenas os agricultores da região de Sobral para participarem da feira, com o intuito de exercitar uma prática de feira apenas com este público como forma de prestar o exemplo no futuro e a partir desta prática agregar outros municípios a proposta, o que foi complementado por outros presentes que colocou a necessidade de ampliar o debate para outros municípios como forma de caracterizar o Galpão como um instrumento de comercialização do Território de Sobral, e não como instrumento de único e exclusivo de um município, o fato deste ser localizado em Sobral existe em virtude de sua sede ser o maior centro consumidor da região norte.

Encaminhamentos

Mobilização dos agricultores (as) dos Municípios vizinhos pelas instituições presentes na discussão para participar de uma reunião no dia 25 de Fevereiro no Galpão da Agricultura Familiar.

Entidades presentes na reunião

Base de Serviço e Comercialização, CEAT, CAPACIT, Cáritas Diocesana, Secretaria de Agricultura de Sobral, Articulação Territorial, STTR de Sobral, Associação de Produtores de São Francisco, EMATERCE, Incubadora de Economia Solidária – UEVA, Prefeitura Municipal de Sobral e Nucleo Dirigente do Territorio da Cidadania de Sobral.

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